É muito engraçado, mas antes de sequer entrar no face de algumas pessoas, o posicionamento político já é claro: quem defendeu a redução da maioridade penal semana passada vai pichar a parada gay nessa semana; Quem foi na parada gay é contra a redução da maioridade penal, ouve Chico e é de humanas.
Eu, que estudo história, automaticamente tenho que ir ao show do Caetano e odiar a Veja (ok, eu odeio a Veja) mas a questão não é essa. A questão é que o fenômeno do pensamento net combo impede que as pessoas pensem direito nas coisas.
Há três meses eu assinei a net e levei o net fone só porque vinha no pacote, e eu nem uso telefone. Um erro. Mas eu não tive opção, o combo valia mais a pena, era mais barato.
Mas estou falando de ideias, e ideias não fazem parte de um pacote. Não precisamos escolher o mais barato, o mais fácil. Isso é o grande lance da mídia para vender mais, e vender ideias é um grande negócio nos dias de hoje (pra quem acha que não, dá uma pesquisada na verba que movem os partidos políticos).
Pois bem, quer fazer a diferença? Não adianta nada comprar o pacote “pt carta capital Chico Buarque virada cultural com botton da Frida Kahlo (porque o Che já tá over)”… O que adianta é perder esse medo infantil (Freud explica) de pensar.
É mostrar que somos capazes de refletir além do grupo, além da mídia, e sem se prostituir desesperadamente pela aprovação alheia.
Lara Dias, nasceu em Santos, mora em São Paulo, estuda História na Puc de SP.